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terça-feira, 8 de novembro de 2011

ROTA DE COLISÃO

Vladimir Volegov


De quem é esta pele
que cobre a minha mão
como uma luva?
Que vento é este
que sopra sem soprar
encrespando a sensível superfície?
Por fora a alheia casca
dentro a polpa
e a distância entre as duas
que me atropela.
Pensei entrar na velhice
por inteiro
como um barco
ou um cavalo.
Mas me surpreendo
jovem velha e madura
ao mesmo tempo.
E ainda aprendo a viver
enquanto avanço
na rota em cujo fim
a vida
colide com a morte.


In: COLASANTI, Marina. Rota de colisão. Rio de Janeiro: Rocco, 1993

2 comentários:

manuela barroso disse...

Minha querida,

...e como sempre Leninha, uma grande mensagem sobre uma etapa da vida em que , quando jovens, julgávamos não trazer mais surpresas.Mas "hélas", eis que se depara cada vez mais, com jovens maduros(as),conquistando mais espaço, vencendo mais dias...até que eles colidam com o fim...no fim!
Até lá minha querida, vamos "colidir" com a alegria da vida!

Obrigada, por tão bela mensagem de vida!És fantástica!
Terno abraço

Glória Maria - Fadinha disse...

Amei, eu digo que estou muito velha para ser nova e muito nova pra ser velha, essa frase é do filme Tomates verdes Fritos que eu amo. Adorei a tela. Bj grande