Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…
Fernando PessoaNão faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…
2 comentários:
Lindossss versos...adoro Pessoa...
me falta até palavras pra dizer o que sinto ao ler... amei...grata por compartilhar... melhoras minha querida e uma Feliz Páscoa pra todos vocês aí, beijos de chocolate
Valéria
*diz pra Marilda que eu adoro Clarice viu? E tudo o que ela posta no face.
Aqui também chove!
E se uma vezes são bênçãos outras parecem chorar connosco.
Mas o aconchego das pingas também aquecem o coração.
Adorei a tua escolha sempre tão requintada Leninha!
Vou indo...
Um abraço perfumado
Postar um comentário